🇧🇷 Oi você, leitor!

“Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão.”
— Manoel de Barros

Oi você, leitor!

Deixando a minha relutância de lado sobre apresentar-me publicamente, vou começar essa jornada por basicamente três motivos:

1. Primeiro, porque pode te auxiliar em algum momento na sua carreira profissional, seja pelos erros ou pelos acertos da minha trajetória;

2. Segundo, porque talvez você queira participar de um dos grupos de estudos que coordeno aos finais de semana, em Português ou Inglês (mais detalhes aqui);

3. Finalmente, porque talvez possamos criar ou participar de uma nova iniciativa legal para a sociedade. Olha que interessante!

Bem, vamos lá às devidas apresentações na área profissional, afinal, não somos definidos por diplomas, tudo isso é apenas uma parte importante da vida, mas não “A mais importante” … Me chamo Emilyn Costa Conceição Sharma, sou natural da cidade de Belém, estado do Pará, Brasil. Apesar das dificuldades enfrentadas pela minha família e educadores para que “pegasse o gosto” de estudar durante a infância, acho que a persistência deles deu certo, e cá estou.

Depois de uma jornada não tão convencional, me apaixonei pelo conhecimento e ele passou a ser como um chocolate mágico: eu queria comer e comer, mas percebia que ele nunca acabava e sempre tinha mais para aproveitar. Como não tinha acesso à internet, celular ou até mesmo à televisão naquela época, toda a minha fonte de conhecimento vinha do espaço de educação formal (a escola) e informal (da biblioteca da minha vó, que era professora). Foram várias escolas, locais onde vivenciei bullyings, traumas, recomeços e, mais tarde, um oásis de equilíbrio emocional, intelectual, social e de proteção.

Esse contexto me fez querer ser tudo ao mesmo tempo. A adolescência trouxe paixões avassaladoras: pela história, quis ser historiadora; pela música, quis ser musicista; pela física, sonhei com a NASA; pela religião, considerei ser teóloga ou cientista da religião; pela sociologia, geografia, literatura e… biologia. Então, tive que escolher apenas duas opções.

As minhas escolham foram pelo desejo de servir a Deus e a Sua criação com aquilo que me desafiava e encantava. A primeira escolha fora a Medicina, por amar as pessoas e querer cuidar delas, e a segunda, Biologia – na modalidade licenciatura –, união singular entre Ciência e da Educação. Amo a vida, amo a diversidade da vida e a paradoxal harmonia entre a simplicidade e a complexidade que ela carrega. E qual foi o resultado dessas escolhas? Bem, aqui vai um resumo da minha curta biografia profissional, enviado ao congresso onde fui palestrante recente (foi copia e cola mesmo):

“Emilyn é bióloga formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com estágio pelo CIEE e, posteriormente, em um projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq) no Laboratório de Biologia Molecular da Seção de Bacteriologia e Micologia do Instituto Evandro Chagas (SABMI/IEC), com o qual mantém colaboração até o momento. Obteve o título de mestre em Doenças Infecciosas pela Universidade Estadual do Pará (UEPA) e de doutora em Microbiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com estágio ‘sanduíche’ na Universidade Paris-Sud, em Paris, França, em parceria com o Laboratório de Biologia Molecular Aplicado a Micobactérias (LABMAM) do Instituto Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Trabalhou como tecnologista da Fiotec no Laboratório de Bacteriologia e Bioensaios do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), referência regional em micobactérias, onde adquiriu experiência em pesquisa clínica e no diagnóstico laboratorial com foco em biologia molecular aplicada a micobactérias. Participou dos projetos clínicos Phoenix-NIH, TB-Alliance e Report-Brasil. Desde 2021, é membro do grupo de pesquisa TB Genomics e Tuberculosis Omics Research (TORCH), atuando principalmente como coordenadora do projeto de pesquisa clínica SMARTT, na função de pós-doutoranda na Universidade de Stellenbosch, na Cidade do Cabo, África do Sul. Sua pesquisa atual concentra-se em medicina personalizada através do sequenciamento genômico em pacientes com tuberculose resistente a medicamentos. Tem interesse em saúde pública, epidemiologia, biologia molecular, resistência antimicrobiana, vigilância genômica, ‘omics’, bioinformática e educação científica”.

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Para finalizar essa apresentação, um lembrete poético. Gostaria de dizer que a área de pesquisa é de uma urgência imensa. Tudo é “para ontem” e vivemos imersos em prazos. A proatividade, a criatividade e a resiliência quase fazem parte da nossa molécula de oxigênio. Talvez por isso vou deixar aqui o meu poema favorito, para lembrar que, na correria da vida, não podemos deixar de apreciar as coisas miudinhas dela.

O Apanhador de Desperdícios

(Manoel de Barros)

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão — tipo água, pedra, sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

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Dito essas palavras, bem-vindo(a) a meu blog profissional-pessoal.

Até logo, espero que “logo” mesmo 😅,

Emilyn Costa.