🇧🇷Colaborações produtivas e legais: Quantas eu tenho? Em quantas delas eu sou [legal]?
“Nós não somos uma equipe porque trabalhamos juntos. Nós somos uma equipe porque confiamos, respeitamos e nos importamos uns com os outros.” — Vala Afshar
Olha só quanta consistência, pessoal!
Dois textos neste blog em dois meses! 🤭 Tô impressionada comigo mesma! Janeiro mal começou, mas já parece que um ano inteiro passou! Entre decisões profissionais e o eterno caos geopolítico, resolvi falar sobre um tema que faz parte da nossa vida desde sempre: colaborações 🤝!
A gente vive se conectando com outras pessoas, seja porque escolhemos ou porque “fomos escolhidos”. Mas, como a realidade nem sempre é cor-de-rosa, vou deixar de lado a parte negativa e focar no que realmente importa: como reconhecer os diferentes tipos de colaboração que temos e, mais do que isso, como torná-las mais produtivas e legais.
Então, bora refletir: quantas dessas colaborações a gente realmente tem? E, o mais importante, em quantas delas nós somos “os legais”? Ah, só um detalhe: não sou especialista acadêmica nesse assunto, mas, como cientista, tenho experiência de sobra para compartilhar. E é disso que esse texto se trata!
Gerenciamento de projetos: essencial para a vida
Pode não parecer, mas esse assunto está totalmente relacionado ao tema. Sempre achei que Gerenciamento de Projetos deveria ser uma disciplina obrigatória em todos os cursos, porque, na prática, nossa vida é cheia de projetos – mesmo que a gente não chame assim.
E não estou falando só daquela disciplina básica de metodologia científica sobre como criar e desenvolver projetos, mas, principalmente, sobre como gerenciá-los. Nesse ponto, percebo que a indústria está muito à frente da academia. Quem não aprende isso na prática, muitas vezes precisa fazer uma especialização ou MBA depois do diploma, o que é caro e, até lá, já perdemos muito tempo gerenciando nossos projetos de iniciação científica e TCC de forma amadora.
O fato é que saber gerenciar projetos torna as colaborações mais prazerosas, produtivas e leves. Aqui, vou focar em alguns aspectos que considero fundamentais:
- Comunicação e responsividade
- Divisão de tarefas, prazos e acompanhamento
- Trabalho com visibilidade e consistência
- Paciência
- Reuniões (se necessárias!)
- Planejamento de autoria
- Um café (ou “e-café”)
Comunicação e responsividade
Na ciência, nos comunicamos o tempo todo: apresentações, reuniões, pedidos de ajuda, cursos, eventos, emails… No meio disso tudo, nossa bateria social às vezes dá umas panes (aqui na África do Sul chamam de load-shedding, os apagões programados de energia que até acompanhamos por um app! 😂).
Se a observação/experimentação e a reprodutibilidade são o cérebro da ciência, a comunicação é a alma.
Se há várias pessoas copiadas num email, precisamos responder a todos quando a atualização for relevante para o grupo. Caso contrário, podemos responder em particular. Parece básico, mas nem sempre seguimos essa lógica.
Agora, sobre WhatsApp para tudo: sou contra por natureza! Família, amigos e trabalho no mesmo app? Exaustivo! Acho que o email deveria continuar sendo a principal ferramenta de comunicação profissional, enquanto o WhatsApp deveria servir para mensagens rápidas, urgentes ou para alertar sobre um email enviado.
O problema é que, além de emails e WhatsApp, ainda temos Teams, Slack, GitHub, plataformas de A a Z e redes sociais como LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter… Puxa vida! 🙃 Todos esses apps foram removidos do meu celular (exceto o WhatsApp) porque não dá para ser acessível em todas as plataformas, a qualquer hora e em qualquer lugar.
Há uns sete anos, comecei a usar ferramentas de gerenciamento de projetos, mas o problema é que existem muitas e nenhuma conecta todas. No fim, sempre voltamos para os emails… Hoje, uso uma plataforma para planejamento pessoal, o que me ajuda a organizar os demais aspectos.
Mas, independentemente da ferramenta, algumas boas práticas são essenciais:
✅ Seja educado e gentil na comunicação ✅ Seja claro e objetivo ✅ Inclua as pessoas certas na conversa ✅ Seja responsivo – não precisa responder instantaneamente, mas tenha um horário fixo para checar e-mails.
Aliás, um dia quero convidar um profissional para dar uma palestra sobre como melhorar nossa relação com emails e comunicação escrita. No Brasil, não temos essa cultura forte, mas deveríamos.
Divisão de tarefas, prazos e acompanhamento
O sucesso de uma colaboração depende de um equilíbrio na divisão das tarefas. Muitas vezes, as pessoas mais eficientes acabam sobrecarregadas, e isso trava o processo. Tarefas sem prazo definido tendem a se arrastar para sempre. E quando alguém fica meses sentado em uma tarefa, segurando o andamento do resto do projeto? Frustrante! Por isso, além de distribuir bem as responsabilidades e definir prazos realistas, o acompanhamento regular é fundamental. Reuniões semanais, quinzenais ou mensais podem evitar esse tipo de problema.
Trabalho com visibilidade e consistência
Manter o grupo atualizado é essencial:
✔️ Enviar atas das reuniões ✔️ Informar sobre atrasos ou imprevistos (amostra perdida, reagente atrasado, experimento que deu errado, férias…) ✔️ Reportar resultados – inclusive os negativos!
O importante não é a perfeição, mas a consistência.
Paciência
Nenhum cientista trabalha em um único projeto com um único grupo. Somos multi-tudo! Isso significa que, por padrão, estamos sempre ocupados, mas podemos nos organizar para cumprir prazos. Se não conseguimos finalizar algo no tempo previsto, não adianta pressão do tipo “pra ontem”. Quem já não estava atolado e recebeu uma tarefa urgente do nada? Essa é a nossa rotina.
A melhor abordagem é:
🔹 Pedir mais tempo, se necessário 🔹 Delegar para outra pessoa, se possível 🔹 Não deixar que isso afete sua saúde mental! Trabalho se resolve, burnout não.
Reuniões (se necessário!)
Tem reuniões que poderiam ser resolvidas por e-mail e emails que deveriam ser reuniões curtas. O segredo está no equilíbrio.
Eu gosto de reuniões objetivas e curtas: 40 minutos quinzenalmente, por exemplo, costuma ser suficiente para manter a equipe alinhada sem atrapalhar a produtividade.
Planejamento de autoria
Esse deveria ser o primeiro tópico em qualquer colaboração. Definir papéis e posições logo no início evita conflitos futuros. Quem fez mais, deve ter mais crédito. Aqui está uma referência essencial para isso:
🔗 CRediT – Author Statement
Um café (ou “e-café”) ☕
No fim das contas, não somos robôs. Se estivermos no mesmo ambiente, um café ou uma caminhada pelo campus pode ser ótimo para manter o vínculo entre os colaboradores.
Para quem está longe, por que não um café virtual? Da última vez que fiz isso com uma amiga na Holanda, ela tomou mingau e eu, café. Foi um catch-up divertido de 45 minutos que fez toda a diferença na semana!
Escrevi tudo isso também como um lembrete para mim mesma – porque ainda estou aprendendo a ser uma boa colaboradora (não perfeita!) 🤲. Também tenho incentivado alunos a adotarem essas práticas.
Se tiver sugestões de leitura, comentários ou críticas, me avise 💡!
Até a próxima e obrigada pelo “privilégio da sua atenção” – frase que roubei de um filme cujo nome já esqueci. 😆
Emilyn Costa.
Citation
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